Mulheres são maioria na condução das atividades da FADEP

No Dia Internacional das Mulheres, suas histórias revelam porque elas têm ganhado protagonismo no serviço público
Elas são maioria na Fundação de Apoio para o Desenvolvimento da Educação Paraense (Fadep). Seja em cargos de gestão, assessoria, planejamento ou finanças, as mulheres que compõem a equipe da instituição representam a crescente presença feminina em diversos espaços de trabalho, especialmente na administração pública do Estado. Muitas são chefes de família, mães solo ou contribuem significativamente para a renda do lar. Em meio a tantos compromissos e desafios, esse protagonismo vem ganhando força.
No Pará, mais de 50% do quadro de servidores públicos estaduais é formado por mulheres, muitas delas em cargos de liderança e gestão. Essa realidade também se reflete na Fadep: dos 25 profissionais que atuam na Fundação, apenas sete são homens, o que corresponde a 28% do total.
Para o presidente da Fadep, Arnaldo Dopazo, liderar uma equipe predominantemente feminina é uma experiência enriquecedora, mas também apresenta desafios específicos.
“Equipes compostas majoritariamente por mulheres tendem a valorizar a colaboração, a comunicação e o bem-estar do grupo, o que contribui para um ambiente de trabalho mais empático e coeso, com forte senso de apoio mútuo. No entanto, é fundamental equilibrar expectativas, evitar vieses inconscientes e garantir oportunidades de crescimento e desenvolvimento para todas. Além disso, cada equipe tem sua própria cultura, independentemente do gênero predominante, e a chave para uma gestão eficaz está em compreender as necessidades individuais e coletivas, criando um ambiente produtivo e saudável”, afirmou.
A equipe da Fadep é responsável por atender às demandas de infraestrutura das unidades escolares, elaborando projetos de obras e serviços alinhados às políticas públicas educacionais definidas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Na Diretoria de Obras, quem lidera os trabalhos é a engenheira civil Danusa Mayara de Souza. Com experiência na iniciativa privada, ela assumiu, há quase dois anos, a missão de atuar no serviço público.
Danusa participa de todas as etapas da construção das escolas, desde as reuniões de gestão, onde são discutidas prioridades e planejadas ações, até a execução das obras. Entre os desafios do cargo, ela destaca a aplicação eficiente dos recursos disponíveis para atender ao maior número possível de escolas sem comprometer a qualidade.
“Isso exige um planejamento estratégico bem definido, otimização de processos e a busca por soluções que reduzam custos sem afetar a funcionalidade das obras. Além disso, é preciso lidar com imprevistos, coordenar diferentes setores e garantir que os recursos sejam aplicados da melhor forma, sempre visando um ambiente escolar adequado para alunos e professores”, enfatizou.
Como todo órgão recém-criado – a Fadep foi instituída em maio de 2023 –, os desafios são ainda maiores, mesmo para os mais experientes. A estruturação da instituição envolve desde a implementação de processos, cultura organizacional, capacitação e treinamento até a gestão de expectativas e resistência a mudanças.
Aos 49 anos, com 19 deles dedicados à administração pública, a diretora de Gestão e Finanças da Fadep, Claudia Sadala, compartilha sua trajetória profissional.
“Tive a oportunidade de liderar algumas equipes e, ao longo do tempo, fui me destacando e sendo respeitada na administração pública. Tanto no âmbito municipal quanto no estadual, enfrentei desafios relacionados à representatividade, pressão para superar estereótipos e dificuldades de liderança, além de precisar conciliar diversos papéis. Mas esses desafios foram um combustível para minha transformação e crescimento. Ambientes desafiadores podem gerar desenvolvimento pessoal e profissional”, declarou.
Para a gerente de Recursos Humanos, Amanda Jardim, a qualificação profissional e a capacidade de lidar com situações conflituosas são diferenciais na escolha dos profissionais.
“Nas experiências que tive na administração pública, percebi um aumento na contratação de mulheres para cargos de direção, gerência e coordenação. Tenho notado uma preferência dos gestores, o que representa o reconhecimento da capacidade feminina de realizar multitarefas, ter um olhar mais atento e cuidadoso para determinadas situações. Essa evolução na contratação dentro do âmbito estadual é notável”, afirmou.
Embora muitas áreas de trabalho ainda sejam predominantemente ocupadas por homens, na Fadep a presença feminina no setor de obras tem se destacado. Para a gerente de Supervisão de Obras, Elis Regina Cardoso, a distinção entre homens e mulheres está mais atrelada à cultura organizacional de uma instituição do que à profissão em si.
“Acredito que esse conceito de que algumas profissões são dominadas por homens já mudou bastante. Hoje, há mais respeito pelas mulheres que assumem cargos estratégicos”, opinou.