Criação de curtas-metragens reforça aprendizado de alunos de escola estadual
Audiovisual, literatura e cultura regional são formas de comunicação que envolveram alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Albanízia de Oliveira Lima, em Belém, a partir de um projeto de produção de curtas-metragens baseados em adaptações literárias. Desenvolvido nas aulas de Língua Portuguesa, os curtas têm como tema contos da escritora paulista Lygia Fagundes Telles (1918-2022).
As turmas do 2º ano do Ensino Médio leram obras e produziram roteiros, adaptando os contos às especificidades da cultura paraense, e finalizaram gravando curtas-metragens e making of. A exibição dos conteúdos, com direito à pipoca e animação, mobilizou a comunidade escolar na última semana.
A iniciativa despertou o engajamento dos estudantes, que se empenharam para entregar bons resultados, garante Milton Luz, um dos professores responsáveis pela iniciativa.
“O projeto fez parte da avaliação dos alunos, e nós escolhemos a coletânea de contos da Lygia Fagundes Telles ‘Venha Ver o Pôr do Sol e Outros Contos’, e a partir daí os alunos fizeram uma adaptação, um roteiro e uma adaptação para apresentar. A maioria das turmas foi fiel, mas com as minhas turmas a gente conversou, e decidimos que faríamos uma adaptação com a cultura paraense. O projeto teve boa repercussão na escola. Nós disponibilizamos pipoca para os alunos prestigiarem. Foi algo bem completo e interessante”, explicou Milton Luz.
Para a estudante Luanna Marvão, participar do projeto foi gratificante e despertou novas habilidades. “Participar diretamente da produção do curta-metragem foi bem trabalhoso, mas ao mesmo tempo gratificante por ver o resultado que a gente alcançou. É uma atividade que eu quero fazer de novo, ainda mais por fugir do modelo usual de avaliação, como provas ou seminários. E uma das coisas que eu aprendi, e que fiquei mais atenta, foi a produção de roteiro para vídeos. Acredito que o curta foi importante para que nós, alunos, pudéssemos trabalhar, transmitir nossas ideias com mais clareza, o que nos ajuda com a redação ou em qualquer outra matéria. E tendo em vista que a linguagem dos contos é bem menos direta do que a do curta-metragem, a gente teve que fazer toda uma adaptação do conto em si para uma linguagem mais fácil e mais clara, para melhor compreensão, e isso foi muito bom”, disse a aluna.
Próxima etapa - Segundo a estudante Ana Luísa Rodrigues, a proposta do projeto foi diferente e fundamental para reforçar a cultura paraense. “Gostei muito de participar, até porque é uma coisa diferente do habitual. O que eu mais gostei de aprender foi sobre a cultura paraense, porque a gente teve que pesquisar bastante sobre a cultura regional. Pesquisamos costumes, ditados e dialetos mais antigos para conseguir produzir o curta”, destacou.
O êxito alcançado pelo projeto de produção de curtas-metragens já levou as turmas a planejarem a produção de longas-metragens para a 4ª avaliação de Língua Portuguesa na escola. “As turmas gostaram, e já estamos com o projeto de fazer longa-metragem para a quarta avaliação. Decidimos que vamos trabalhar uma obra do escritor brasileiro Machado de Assis. Uma obra bem conhecida, que eu não quero dar spoiler ainda”, informou o professor Milton Luz.