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Seduc promove formação para enfrentamento da violência contra mulheres

05/03/2024 13h18 - Autor: Fernanda Cavalcante (Ascom Seduc) 477 visualizações
Foto: Seduc promove formação para enfrentamento da violência contra mulheres
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'Assessoria de Convivência Educacional' mobilizou professores e gestores das escolas públicas estaduais para defesa também da população LGBTQIAP+

Para falar sobre a importância do papel masculino na prevenção da violência contra as mulheres e à população LGBTQIAP+, a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) promoveu, na segunda-feira (4), a primeira formação da Assessoria de Convivência Educacional para professores e gestores de escolas da rede pública estadual visando o enfrentamento da violência. A iniciativa faz parte do Programa Escola Segura, do Governo do Pará.

Com a palestra “Introdução às masculinidades: transformando meninos, rapazes e homens em aliados na prevenção às violências contra meninas, mulheres e à população LGBTQIAP+”, o encontro - que também foi transmitido em uma live no canal da Seduc no YouTube - levantou o debate sobre o tema e permitiu diálogos a fim de identificar e desenvolver ações de prevenção às violências dentro e fora do ambiente escolar.

O especialista em masculinidade e saúde do homem, Luciano Ramos, foi quem conduziu a palestra e destacou pontos importantes sobre o tema. “Há muito a ser feito nos diálogos que buscam o enfrentamento de violência contra meninas e mulheres. É muito importante dialogar e discutir sobre a inclusão de meninos e homens para uma comunidade escolar protetiva para meninas e mulheres e a importância da aliança de meninos e homens nesse sentido”, enfatizou o palestrante.

Ainda de acordo com o especialista, as masculinidades, construídas a partir de perspectivas machistas, contribuem para a evasão e o abandono escolar, por isso é tão importante dialogar sobre o assunto.

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"A gente tem um modelo de masculinidade onde os meninos se violentam o tempo todo, eles se agridem o tempo todo, onde eles também agridem as outras meninas, onde os homens agridem as mulheres, e numa perspectiva de violência cada vez mais frequente e mais crescente. Então, trabalhar o tema das masculinidades é extremamente importante, no chão da escola. Porque ali a gente pode construir outros modelos de masculinidades, onde os meninos consigam entender o papel importante que eles têm no desenvolvimento de uma sociedade mais equitativa de gênero, na redução de violências contra meninas e mulheres, na não naturalização de violências contra meninas e mulheres", afirmou Luciano Ramos.

Ele acrescentou: "então, trabalhar o tema de masculinidades é trabalhar uma comunidade protetiva e preventiva de violência contra meninas e mulheres e é trabalhar outras construções de masculinidades com meninos e homens. O que torna extremamente importante que a gente, enquanto rede de educação, esteja atento a esse trabalho".

Segundo o coordenador da Assessoria de Convivência Educacional, Mário Augusto Almeida, debater o tema é de suma importância para combater as violências contra meninas, mulheres e população LGBTQIAP+ dentro e fora da escola. "Esse é um tema novo, a primeira vez em que a Seduc se mostrou falando de um viés totalmente diferente sobre masculinidade e os impactos disso no cuidado de meninas e mulheres e prevenção das violências que elas passam cotidianamente. Trabalhar esse tema é de extrema importância porque estamos num país em que o feminicidio está em alta, violência e abusos sexuais têm acontecido e a gente vê nos noticiários e, se a gente não olhar para os nossos meninos e não colocá-los dentro dessa agenda de proteção de meninas e mulheres, nós não vamos avançar. Precisamos falar não só com as mulheres, mas também com aqueles que são formados e acabam atuando de maneira violenta na questão de gênero", disse.

“Foi muito legal, gratificante estar aqui hoje. A escola é sim um espaço de formação dessa masculinidade e desmistificar padrões heteronormativos, que, às vezes, acabam ‘assoberbam’ a lógica masculina - e em alguns casos acabam colocando a mulher em um papel secundário - e a escola tem um papel importante nisso. Estou muito satisfeito e espero ter outras oportunidades de encontros como esse”, afirmou um dos professores participantes.

A formação é mais uma das iniciativas que a Seduc tem trabalhado para promover círculos de construção de paz nas 898 escolas da rede estadual. Além disso, a Secretaria, por meio do programa Escola Segura, autorizou a contratação de 42 psicólogos e 42 assistentes sociais para cada Regional de Ensino e realiza a contratação e convocação de mais 300 psicólogos para atuação direta e contínua nas escolas.