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Na Escola Francisco Berton roda de conversa alerta sobre perigos do bullying

02/03/2020 17h23 - Autor: Leidemar Oliveira - Ascom/Seduc 1579 visualizações
Foto: Na Escola Francisco Berton roda de conversa alerta sobre perigos do bullying
Fotos: Rai Pontes (Ascom/Seduc)


Uma aluna passou a ser apelidada de cabelo de fogo depois de pintar as pontas de vermelho. Outra aluna também foi apelidada de quatro olhos quando passou a usar óculos. Em outra escola, um aluno acima do peso foi apelidado de baleia e por pouco não parou de estudar. Os relatos são de crianças de escolas públicas que passaram por momentos difíceis ao sofrerem bullying. O assunto foi tema da roda de conversa realizada na manhã desta segunda-feira (02) na Escola Estadual Padre Francisco Berton, no bairro do Tapanã, em Belém.

A iniciativa é da USE 09 (Unidade Seduc na Escola) que está levando diversos temas relacionados à violência para serem discutidos nas unidades de ensino vinculadas à Unidade. Coordenado pela assistente social Elisângela Costa, o trabalho iniciou hoje e seguirá ao longo do ano. Neste período, todas as 22 escolas da USE receberão as ações. “Neste mês trataremos sobre bullying e a ideia é a cada dois meses mudarmos o tema sobre os tipos de violência mais recorrentes selecionados pelos professores”, explica.

Segundo ela, dentre os casos mais citados pelos docentes (depressão, tentativa de suicídio, automutilação, violência sexual e verbal, gravidez na adolescência) o bullying é o mais recorrente nas escolas. “Não podemos aceitar que o bullying seja tratado como uma brincadeira, à medida que causa dor e sofrimento. É um exemplo que tem que vir de casa, mas a escola também não pode se eximir do seu papel de combater”, ressalta Elisângela.

Durante a roda de conversa, os alunos assistiram a um filme que relata os danos vividos pela personagem vítima de bullying. As crianças contaram as suas experiências e receberam orientações da assistente social. A Juliene Fonseca, de 15 anos, usa óculos desde os 3 anos de idade e relatou o quanto o apelido de “quatro olhos” lhe causou sofrimento. “Na época, relatei o problema à direção, ele foi punido e a mãe dele veio até mim tirar satisfação. Fiquei muito triste, machuca muito e senti vontade de agredi-lo também, mas no final deu tudo certo”, comentou.

O Salomão Lima, de 14 anos, também sofreu bullying várias vezes ao ser chamado de “baleia” e “saco de areia” pelos colegas. “Fiquei chateado e acabamos brigamos. Quando cheguei em casa com marcas no corpo minha mãe decidiu me tirar da escola. No início, eu chorava muito, mas depois, na nova escola, isso não aconteceu mais e acho que superei”, relatou.