Página inicial do Secretaria do Estado de Educação

As escolas da rede estadual deram um exemplo de conscientização e cidadania na manhã deste domingo (01). Centenas de alunos e professores ocuparam as ruas da capital do estado durante a II Marcha de Belém contra o Trabalho Infantil. O problema atinge cerca de 2,5 de crianças e adolescentes que, segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, organizador da Marcha, é um dos principais causadores da evasão escolar. “São meninos e meninas condenados à subvida, lutando para sobreviver em vez de apenas viver. Precisamos transformar nossa indignação em atitude”, disse a juíza do trabalho, Vanilza Malcher.

Segundo os organizadores, mais de 100 mil pessoas participaram da caminhada, que iniciou às 8h, na escadinha da Estação das Docas e só terminou no final da manhã, no Largo do Redondo, no bairro de Nazaré. O governo do Estado apoiou a Marcha, contando com a participação e engajamento de diversas secretarias, entre elas, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). “É uma presença importante porque o trabalho infantil é uma realidade e atinge o ensino. Combater esse mal é uma questão de conscientização e deve ser papel de cada um de nós”, destacou a secretária de estado de educação Elieth de Fátima Braga.

Cerca de 1.400 alunos participaram do evento. Com faixas e cartazes, eles disseram não ao trabalho infantil. Com 18 anos de idade, as amigas Larissa Santos e Aline Gemaque são alunas do curso de Administração da Escola Salesiana do Trabalho e em breve estarão no mercado de trabalho. Para elas, o trabalho é um sonho de todos, mas deve ocorrer no momento certo. “Aproveitei bastante a minha infância, mas da onde eu vim, no interior do Maranhão, muitas crianças desde muito cedo fazem farinha e trabalham na roça, muitas delas deixam de ir à escola, por isso acho que nenhuma criança deve ser privada dos seus direitos”, considera Larissa. “Além disso, todas as pessoas têm as suas fases e todas devem ter a fase da infância respeitada”, completa Aline.

A Escola Estadual Amilcar Alves Tupiassu, do bairro da Cremação, levou 40 alunos para o ato. A diretora Rosália Dias disse que a escola aproveitou a Marcha para conscientizar os estudantes. “Há muitos casos de alunos jovens que precisam trabalhar para ajudar as suas famílias e acabam sendo explorados. É importante esse momento para a escola mostrar a eles que esse abuso de terceiros precisa ser combatido”, ressaltou.

Diversas escolas estaduais já são parceiras do TRT/8ª. A USE 8, por exemplo, desenvolve dois trabalhos, um com palestras e debates sobre o trabalho infantil e o outro é o Chef na Escola e o Super Professor que, de forma divertida, conscientiza os alunos sobre os males do trabalho infantil. Durante a marcha, as crianças das escolas parceiras carregaram o boneco Peti do Disque 100, que recebe denúncias relacionadas ao trabalho infantil. A ligação é gratuita – o canal encaminha o caso para a rede de proteção.